Antes de ter se tornado o mutante mais popular do mundo é provável que nem mesmo o próprio Logan soubesse quem ele era. Desde que foi criado, em 1974, roteiristas usaram e abusaram de versões que tentam contar a origem de Wolverine, mas todas em torno da mesma ideia de que ele tem um passado obscuro até para ele mesmo. Inclusive, todos os dois filmes que foram feitos sobre o mutante casca grossa – Wolverine, Origens (2009) e Wolverine, Imortal (2013) - se basearam no seu passado intencionalmente mal contado.

 

Mas, essa história já havia sido contada no inicio dos anos 90, em quadrinhos com o título de “Arma X”, e foi relançada pela editora Panini em 2013, em uma edição muito boa, com capa dura e papel de muito boa qualidade. Originalmente a história foi publicada dividida em várias partes na revista mensal Marvel Comics Presents, mas agora ela pode ser conferida de uma só vez. O roteiro da história mostra como Wolverine ganhou as garras de adamantium e consegue produzir no leitor uma sensação quase claustrofóbica, pois apresenta um Wolverine entre a semi-consciência e a selvageria, com a narrativa fazendo você se sentir como se estivesse vendo tudo preso dentro do personagem, que percebe o que está acontecendo a sua volta de maneira fragmentada, como aquela sensação de ter acabado de sair de uma mesa de operações com a anestesia começando a perder o efeito.

 

“Arma X” não vai contribuir muito para falar da personalidade do herói mutante, pois o foco é especular um pouco sobre sua origem, mas contribui para aumentar ainda mais a força que Wolverine sempre mostrou como um herói pouco convencional e que chega constantemente às margens do politicamente incorreto em seus atos.