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Gravidade

Filmes

 

Mais uma vez o excelente diretor Alfonso Cuarón, do pertubador "Filhos da Esperança, acerta ao criar uma ficção científica densa, bem construída estéticamente e de relevância filosófica para o debate sobre o que é a pós-moderninade e seus efeitos. Ao contrário do que muita gente imaginou,

 

Gravidade  não é um filme que quer falar sobre ficção científica, apesar de representar bem o gênero, isto porque é um filme que usa o vazio do espaço para falar de solidão, principalmente da solidão que supostamente escolhemos em alguns momentos, mas que na verdade é a tentativa de fugirmos um pouco da dificuldade de estarmos com as pessoas, de nos expor para elas, pois esta exposição nos impõe um desafio, o desafio de ser capaz de suporta que elas nos mostre os medos e as fraquezas que temos. A personagem de Sandra Bullock é a representação do homem pós-moderno, com suas contradições afetivas e éticas, um homem que está lançado no vazio do acesso desenfreado de um materialismo tecnológico e que não consegue preencher os espaços abertos pelo excesso de referências culturais e comportamentais trazidas pela globalização.

 

No filme, o espaço sem gravidade é o refúgio metafórico dessa dificuldade de ser no mundo e ser para si ao mesmo tempo, mas poderia ser o interior do carro, o monitor de uma internet de alta velocidade que não nos leva a lugar nenhum ou mesmo uma convicção religiosa a ou política onde nos escondemos.

 

PS. Júnior Silva nunca foi no espaço, mas sente a ausência de gravidade às vezes.

Vazio, Pós-modernida e Alfonso Cuarón

Júnior Silva - outubro de 2013

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